A grande maioria dos países, organizações e
líderes do planeta estão comprometidos para que em 2050 seja alcançado a meta
de zerar a emissão de carbono em nosso planeta. Para que esse grande desafio
seja atingido temos duas grandes frentes, a primeira é obviamente reduzir a
emissão de gás carbônico na natureza e a segunda é aumentar as fontes que podem
neutralizar os gases emitidos.
Apesar de todos os esforços até o momento,
durante a Cúpulas da Américas realizada em junho de 2022, um índice apresentado
pela Universidade de Yale e Columbia (EUA), constatou que somente dois países
(Dinamarca e a Grã-Bretanha) estão no caminho no certo, os demais precisam intensificar
suas ações para o atingimento da meta até meados do século.
As organizações podem ter um papel colaborativo
nesse processo. A adoção da nuvem pelo seu incrível poder e flexibilidade de
habilitar produtos e serviços rapidamente, muniu as organizações com um poder
inovação inimaginável, entretanto a mesma facilidade tem se tornado um problema
para gerenciamento de eficiência energética, porque acabamos tornando
intangível os consumos energéticos dos recursos em nuvem, diferentemente quando
as organizações mantinham seus parques tecnológicos fisicamente.
Com o propósito de tangibilizar esses números,
seja do consumo energético, como da metrificação da emissão de CO2 baseados nos
recursos utilizados, os provedores de nuvem criaram relatórios, calculadoras e
dashboards que oferecem uma visão bem detalhada. Neste outro artigo falamos
mais sobre essas ferramentas
[https://blog.gft.com/br/2022/05/03/calculando-o-impacto-de-carbono-do-seu-uso-da-nuvem]
e como utilizá-las em suas contas.
Uma organização em posse dessas informações, já
pode começar a montar um plano de implementação de eficiência energética de
seus recursos. As formas mais rápidas e simples normalmente são:
Aferição de recursos provisionados e sem
utilização - Muitas vezes
recursos são criados para determinadas atividades com começo, meio e fim, como
por exemplo, provas de conceitos, ambientes de desenvolvimento, contudo muitos
são esquecidos de serem eliminados e continuam ativos gerando custos e consumo
energético.
Super dimensionamento de máquinas ou instâncias - Com a facilidade de dimensionamento de
instâncias para utilização, muitas vezes baseados em experiência anteriores com
receio que os recursos não sejam suficientes, acabam por alocar mais memórias,
espaço, processamento para garantir a estabilidade dos produtos. Porém, na maioria
das vezes essa disposição de recursos não acaba sendo utilizada em sua
plenitude, gerando gastos e consumo energético extra.
Retenção de dados desnecessárias - O volume de dados coletados e armazenados
tem apresentado um curva de ascensão cada vez maior, por consequência direta
esses dados ficam armazenados gerado custos, existem duas maneiras de efetuar
uma redução, seja pela mudança de camada de armazenamento mais baratas, como
também a destruição dos dados que perdem sua validade para o negócio.
Replicação de dados irrelevantes - Atualmente a maneira mais eficiente de
garantir a qualidade de um dados é replicá-lo em vários locais, criando assim
várias cópias dele mesmo e possibilitando sua recuperação em quase de perda,
entretanto não são todos os dados que necessitam desse mecanismo,
principalmente informações não produtivas.
Manutenção de recursos disponíveis em janela de
tempo sem utilização - Nem
mesmo todas as máquinas trabalham 24 x 7, sejam elas para serem utilizados por
pessoas ou rotinas programas, na maioria das vezes somente em algumas janelas
de tempo é necessário sua disponibilidade, logo é fundamental que fora desses
intervalos essas mesmas sejam pausadas ou até mesmo desprovisionados, até a
próxima janela de necessidade.
Essas são algumas ações que uma vez
implementadas irão gerar uma redução drástica na emissão de gás carbônico proveniente
da utilização de energia nos recursos da nuvem. Ainda podemos acrescentar neste
cenário a utilização de inteligência artificial para analisar nossos ambientes,
seja na nuvem ou locais, para oferecer recomendações de correto
dimensionamento, como também configuração eficiente de escalabilidade da
arquitetura.
Através desse processo de implementação de uma
estratégia corporativa de sustentabilidade para seus recursos, já estaremos
habilitando a nossa organização para dar seus primeiros passos no mundo de
gerenciamento de custos de nuvem, também conhecido como FinOps. Isso quer
dizer, podemos gerar corte de gastos que podem ser revertidos para ações
visando o aumento da neutralidade de emissão de gás, como apoio a projeto e
organizações que reflorestam áreas.
A unificação de Green Conding com FinOps
habilitará uma cultura de responsabilidade ambiental, como também promoverá uma
maior transparência dos custos. Ou seja, alocar de forma eficiente os recursos
financeiros de uma organização é também reduzir sua pegada de carbono, tudo
isso acaba se interligando e gerando mais um motivo para adoção do modelo de
sustentabilidade em tecnologia, principalmente em relação aos recursos em
nuvem.