segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

FinOps 101

 Cifrão feito de nuvem no céu azul

A cada dia que passa vemos o potencial e a exponencialidade da utilização de recursos em nuvem, porque as organizações precisam garantir inovação e rapidez na entrega de valores dos seus produtos para o mercado. Entretanto, atrelado diretamente ao aumento da utilização em escala da nuvem estão os valores dos gastos, os famosos custos de operação (OpEx). Alguns estudos apontam que as organizações desperdiçam em média um terço dos investimentos com a nuvem, simplesmente pelo fato que elas não adotaram uma abordagem eficiente para gerenciar esse diferente modelo de custos. 

A palavra mágica para esse modelo diferente é gerenciar, basicamente, é habilitar a organização a fomentar uma cultura aliada com inteligência de gerenciamento de custos da nuvem com o propósito de gerar o melhor retorno sobre o investimento (ROI). O mercado adotou o termo FinOps para descrever esse movimento na área de tecnologia. A implementação da cultura FinOps é uma jornada sem fim e cíclica, porque ela não se trata de atividade únicas e pontuais que resolvem o problema de gerenciar os custos, ela deve ser trilhada e incorporadora juntamente com a estratégia de negócio da organização para geração de valor.

Ciclo de Vida de FinOps

Ciclo de Vida de FinOps

Partindo de um ponto inicial, como no título desse artigo, que referimos ao número 101, que em sua forma interpretativa, quer dizer um introdutório sobre um tema, FinOps exige que alguns temas estejam colocados como foco desde o início da jornada da implementação.

Alocar e rastrear os custos de nuvem

Se existe uma ação que podemos considerar a mais importante para FinOps, sem dúvida alguma, é a questão de alocação e rastreabilidade dos custos, isso porque todas as demais ações necessitam de informações precisas e atualizadas para tomadas de decisões eficazes. Logo, quanto antes estivermos com os recursos de nuvem devidamente identificados de uma forma normatizada e condizente, mais cedo será possível começar a rastrear os custos da nuvem e gerar transparência e visibilidade.

Promover a responsabilidade dos custos da nuvem

Cada centavo gasto com a nuvem com certeza foi originado por uma demanda de negócio, seja ela perene ou temporária, por isso que é essencial que cada custo seja direcionado para seu responsável, seja direto e/ou indireto. Isso com certeza irá criar uma consciência em todos sobre os impactos financeiros, sejam de decisões arquiteturais, escalabilidade, disponibilidade, ou qualquer outro que possa ser ajustado. Porque essas decisões podem gerar custos, e por consequência diminuir o retorno sobre o investimento do produto, diminuindo sua geração de valor. 

Incorporar os custos da nuvem no contexto de negócios

A flutuação dos números dos gastos com a nuvem não dizem nada quando não estão associados aos números do negócio, essa falta de correlação permite que os números totais ou segmentados dos custos da nuvem nada respondem ou indicam, seja no melhor ou pior cenário de investimento. Para que seja possível calcular o retorno sobre o investimento, é crucial que os gastos sejam associados com números proveniente dos resultados, por exemplo, quanto uma determinada estrutura de recursos está custando ao final do mês, frente às mensalidades cobradas de usuários que se utilizam do produto que está utilizando essa estrutura.

Essas são temas centrais que precisam ter foco desde o início da implementação de FinOps. No livro “O Caminho das Pedras da Cultura FinOps”, além de tratar desses temas, ainda oferece outras ideias, conceitos básicos, princípios, nível de maturidade, terminologia, estrutura de times, responsabilidades, entre outras tantas informações que devem levadas em consideração para compor um plano personalizado para uma organização durante a habilitação da cultura FinOps de forma que possam transformar os gastos com a nuvem de um passivo em um ativo da organização.


Marcelo Goberto de Azevedo 

Cloud Leader na GFT Brasil

//marcelogoberto.com.br