sábado, 9 de março de 2024

O Arquiteto Econômico

No cenário tecnológico em constante evolução, a figura do Arquiteto de Soluções tem papel fundamental na concepção e implementação de infraestruturas digitais inovadoras e eficientes. Este profissional desempenha um papel estratégico ao projetar ecossistemas que não apenas atendem às demandas de negócios, mas também antecipam as necessidades futuras das organizações. No epicentro de suas responsabilidades, foram criadas sete leis fundamentais que moldam a abordagem do arquiteto de soluções de nuvem. Estas leis transcendem os limites da tecnologia, incorporando princípios de inovação, sustentabilidade e consciência financeira. Em um mundo cada vez mais consciente dos recursos, o Arquiteto de Soluções desempenha um papel na promoção da sustentabilidade, ao incorporar práticas que minimizem o consumo de energia, otimizam recursos e reduzem pegadas ambientais, esses profissionais moldam o futuro da tecnologia de maneira responsável. Além disso, a consciência dos custos assume uma importância central, equilibrando a inovação com a eficiência financeira para garantir que as soluções propostas não apenas atendam, mas também otimizem os investimentos gerando agregação de valor. 

LEI I - Faça do Custo um Requisito Não Funcional

Torne o custo um requisito essencial. Muitas empresas falham ao não considerar o custo em todas as fases do negócio, desde o design até a operação.. Esse requisito, muitas vezes negligenciado, se os custos ultrapassarem a receita, a viabilidade do negócio fica em risco. Ao ponderar as implicações de custo desde o início, as soluções podem ser desenvolvidas de maneira eficiente, equilibrando recursos, tempo de lançamento e eficácia operacional, garantindo assim a sustentabilidade financeira.

LEI II - Custo de Soluções Conectados ao Negócio

A durabilidade de uma solução depende de como seus custos estão alinhados ao modelo de negócios. Ao projetar, devemos considerar as fontes de receita, como o número de pedidos em e-commerce. À medida que os pedidos aumentam, os custos de infraestrutura também crescem. Se a arquitetura for sólida, é possível explorar economias de escala. Como arquitetos de solução, devemos pensar na receita e usar esse conhecimento para escolhas informadas, evitando o crescimento desenfreado que pode resultar em problemas.

LEI III - Arquitetura é Tomar Decisões com Trocas

Projetar é uma série de escolhas difíceis. Na arquitetura, cada decisão implica em sacrifícios. Custo, resistência e desempenho são requisitos que frequentemente entram em conflito. Como diz o ditado, "Tudo falha o tempo todo." Defender-se contra falhas exige investir em resistência, mesmo que isso afete o desempenho. Encontrar o equilíbrio certo entre as necessidades técnicas e comerciais é o ponto que precisa se alinhar com sua tolerância a riscos e orçamento. Lembre-se, ser econômico é maximizar o valor, não apenas cortar gastos, o que exige decidir o que você está disposto a pagar.

LEI IV - Custos Desconhecidos Surgem de Soluções Não Monitoradas

Sem atenção e medição cuidadosas, os reais custos de operar uma solução permanecem invisíveis, permitindo práticas desperdiçadas. Tornar os medidores mais visíveis pode mudar comportamentos significativamente. Apesar do investimento necessário para observação, a falta de monitoramento adequado é uma visão de curto prazo. O ditado "Se você não pode medir, não pode gerenciar" destaca a importância de rastrear uso, gastos e erros para uma gestão de custos eficaz. Ao colocar métricas críticas de custo em destaque para engenheiros e parceiros de negócios, práticas sustentáveis emergem organicamente, permitindo a identificação de gastos excessivos e ajuste de operações para redução de despesas. O retorno do investimento em observabilidade geralmente supera os custos, incentivando práticas sustentáveis.

LEI V - Arquiteturas Conscientes dos Custos Implementam Controles de Gastos

Em uma arquitetura econômica, o foco está na monitorização sólida e na habilidade de economizar. Soluções bem planejadas possibilitam ações para melhorias. Para alcançar isso, desmembre as aplicações em blocos ajustáveis. Uma abordagem comum é classificar os componentes por importância. Os da Classe 1 são essenciais; otimize, mesmo que custe caro. Já os da Classe 2 são importantes, mas dá para reduzir temporariamente sem grandes problemas. Os da Classe 3 são "legais de ter"; faça de um jeito mais barato e fácil de controlar. Definir essas classes permite trocar entre custo e outras necessidades. O controle detalhado dos componentes otimiza custos e experiência. Tudo, desde a infraestrutura até linguagens e bancos de dados, deve ser ajustável. Planeje e construa sistemas com foco em receitas e lucros. A otimização de custos deve ser mensurável e impactar positivamente os negócios.

LEI VI - Melhoria Contínua na Otimização de Custos

Mesmo após a implementação, revisitar soluções é essencial para melhorar gradualmente a eficiência, a essência está em questionar e explorar continuamente. Linguagens de programação oferecem ferramentas para analisar o desempenho do código, permitindo mudanças que economizam milissegundos. Pequenas otimizações, ao longo do tempo, se transformam em grandes economias em grande escala. Na operação, a maior parte do tempo é dedicada a executar sistemas existentes. Identificar oportunidades para analisar o uso de recursos e reduzir desperdício é essencial. 

LEI VII - Sucesso Sem Desafios Gera Presunção

Quando equipes de software triunfam sem grandes obstáculos, a confiança excessiva nas abordagens anteriores pode se instalar. Há a tendência de presumir que as tecnologias atuais sempre serão as melhores, o que pode desencorajar a busca por opções mais eficientes ou inovadoras. Isso ocorre especialmente ao lidar com linguagens de programação, onde a declaração "Somos adeptos do Java" pode sufocar a criatividade. O sucesso não questionado alimenta acomodações prejudiciais por meio de pressuposições, sendo essencial sempre buscar maneiras de questionar, otimizar e melhorar.

As leis apresentadas acima não apenas fomentam benefícios financeiros e inovação, mas também destacam fortemente a importância da sustentabilidade na utilização de recursos em nuvem. Além de otimizar custos e impulsionar práticas inovadoras, essas diretrizes visam garantir uma abordagem ambientalmente consciente e eficiente. Ressalto que todo o conteúdo deste artigo foi baseado nas valiosas informações do site "https://thefrugalarchitect.com/". Encorajo todos os arquitetos de soluções a incorporarem essas leis simples em suas práticas, assegurando não apenas a perenidade de suas soluções tecnológicas, mas também contribuindo para a sustentabilidade e longevidade das organizações que servem.


Marcelo Goberto de Azevedo 

Arquiteto Soluções 

//marcelogoberto.com.br